Casa abandonada
(Laís Moura)
Uma casa abandonada. O que mais preciso dizer? Era como todas as outras: sem pintura, sem porta, inacabada e tinha um ar misterioso.
Já fazia dois anos que eu morava naquela rua, e a casa se localizava bem na frente do meu prédio. Só tinha um andar, e numa parte da parede da casa pintaram o nome o número de um vereador, do qual morrera ainda na época de eleição. Dizem que foi de coração, mas nunca se sabe. É isso mesmo que você está pensando.
Alguns dias eu me pegava com uma vontade de entrar naquela casa. "Besteira minha" - pensava. "Você já tem 16 anos, já é fora de hora pensar em aventuras."
Um dia, apareceu um defunto lá dentro, o que atiçava mais ainda meu lado bobo da imaginação.
x x x
Era aquele corre-corre típico de mudança. Finalmente estava me mudando - não via a hora de sair de lá.
Estava descendo as escadas quando me bateu a ideia de entrar e descobrir algo de diferente naquela casa abandonada. Eu não via problema algum em dar uma espiadela, apesar de sempre me manter afastada de lá. Olhando para os lados, entrei. Tive a impressão de ter visto alguém andando na rua contrária, mas ignorei mesmo assim.
O ar era normal, mas tinha um lado pesado - seria paranóia minha? - Através da porta ( quer dizer, da falta dela) entrava a luz do sol, deixando o ambiente iluminado. Nas paredes não havia coisa alguma, e o chão se encontrava esburacado. Havia umas manchas no chão, e um traço grosso da mesma cor - vinho - bem próximo.
Tentei tirar com o pé, não saía.
Me aproximei mais e fiquei sem respirar - Era sangue. Pelo menos, eu acho que era.
Provavelmente, o traço era o corte ou tiro arrastado no chão, e o resto era o sangue que sobrara do defunto. Quem foi que morreu? Como morreu? Não se sabe.
Me senti estranha e quis sair de lá; já tinha se passado muito tempo.
Me levantei e me virei. No mesmo instante, recuei e gelei - Lá estava uma louca bêbada, que perambulava pela rua todo santo dia.
- O que você está...? - não consegui terminar a frase. Minhas pernas tremiam e eu suava frio, afinal, nunca se sabe o que um louco é capaz de fazer.
Ela permaneceu em silêncio e só me observou com um olhar vazio. Caminhou melancolicamente até a janela e olhou a vista, me ignorando.
Sai da casa apressada, e quando fui abrir o portão, meus pais estavam lá, com as últimas coisas do apartamento.
- Por onde você andou, menina?! - Indagou minha mãe.
Fechei os olhos. Respirei.
Uma casa abandonada. O que mais preciso dizer? Era como todas as outras: sem pintura, sem porta, inacabada e tinha um ar misterioso.
Já fazia dois anos que eu morava naquela rua, e a casa se localizava bem na frente do meu prédio. Só tinha um andar, e numa parte da parede da casa pintaram o nome o número de um vereador, do qual morrera ainda na época de eleição. Dizem que foi de coração, mas nunca se sabe. É isso mesmo que você está pensando.
Alguns dias eu me pegava com uma vontade de entrar naquela casa. "Besteira minha" - pensava. "Você já tem 16 anos, já é fora de hora pensar em aventuras."
Um dia, apareceu um defunto lá dentro, o que atiçava mais ainda meu lado bobo da imaginação.
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Era aquele corre-corre típico de mudança. Finalmente estava me mudando - não via a hora de sair de lá.
Estava descendo as escadas quando me bateu a ideia de entrar e descobrir algo de diferente naquela casa abandonada. Eu não via problema algum em dar uma espiadela, apesar de sempre me manter afastada de lá. Olhando para os lados, entrei. Tive a impressão de ter visto alguém andando na rua contrária, mas ignorei mesmo assim.
O ar era normal, mas tinha um lado pesado - seria paranóia minha? - Através da porta ( quer dizer, da falta dela) entrava a luz do sol, deixando o ambiente iluminado. Nas paredes não havia coisa alguma, e o chão se encontrava esburacado. Havia umas manchas no chão, e um traço grosso da mesma cor - vinho - bem próximo.
Tentei tirar com o pé, não saía.
Me aproximei mais e fiquei sem respirar - Era sangue. Pelo menos, eu acho que era.
Provavelmente, o traço era o corte ou tiro arrastado no chão, e o resto era o sangue que sobrara do defunto. Quem foi que morreu? Como morreu? Não se sabe.
Me senti estranha e quis sair de lá; já tinha se passado muito tempo.
Me levantei e me virei. No mesmo instante, recuei e gelei - Lá estava uma louca bêbada, que perambulava pela rua todo santo dia.
- O que você está...? - não consegui terminar a frase. Minhas pernas tremiam e eu suava frio, afinal, nunca se sabe o que um louco é capaz de fazer.
Ela permaneceu em silêncio e só me observou com um olhar vazio. Caminhou melancolicamente até a janela e olhou a vista, me ignorando.
Sai da casa apressada, e quando fui abrir o portão, meus pais estavam lá, com as últimas coisas do apartamento.
- Por onde você andou, menina?! - Indagou minha mãe.
Fechei os olhos. Respirei.
Comentários
Continue escrevendo e surpreendendo cada vez mais
com a sua inteligencia... xD
Beijos
By: Grazi
Laís Lima
Laís Lima
but what you mean?