Entre nessa festa
(Laís Moura)
Pensar em você resume-se ao um tic tac silencioso que, tornando-se em cinzas, apodrece dentro de minhas idéias. Meu quarto é santuário que todos entram menos você, pois a paz que antes tinha já não me pertence mais. Se escrever sobre a forma que anda, as botas que calça, ou o piercing que usa me traz algum conforto, assim não farei. Conforto não é o que busco. Garganta arde de sede, uma sede de guerra e revolução, não de uma vidinha morna e tranquila.
Tranquilidade é pros que adormecem como profissão. Para os que se derretem embaixo da terra.
Eu grito - como se já não bastasse minha própria existência ser um berro - e você, se ouve, não mostra.
Nesse jogo, todos jogam. Nós dois ganhamos : eu com sua ausência e você com meu silêncio. Pois bem, amor não declarado é o mais forte que existe - uma vez declarado, vira rotina, morre, se torce, divorcia. O ser humano a muito não é capaz de amar para sempre, o que acontece é que se ama memórias.
Se não somos capazes de vivermos nus, como seremos capazes de amar? Se o corpo é vergonha, como pode alma ser aclamada?
De qualquer forma, meu corpo é você.
Sou inteiramente dos outros.
De mim, quase nada.
Existo,
Coexistimos.
Quer dançar?
Pensar em você resume-se ao um tic tac silencioso que, tornando-se em cinzas, apodrece dentro de minhas idéias. Meu quarto é santuário que todos entram menos você, pois a paz que antes tinha já não me pertence mais. Se escrever sobre a forma que anda, as botas que calça, ou o piercing que usa me traz algum conforto, assim não farei. Conforto não é o que busco. Garganta arde de sede, uma sede de guerra e revolução, não de uma vidinha morna e tranquila.
Tranquilidade é pros que adormecem como profissão. Para os que se derretem embaixo da terra.
Eu grito - como se já não bastasse minha própria existência ser um berro - e você, se ouve, não mostra.
Nesse jogo, todos jogam. Nós dois ganhamos : eu com sua ausência e você com meu silêncio. Pois bem, amor não declarado é o mais forte que existe - uma vez declarado, vira rotina, morre, se torce, divorcia. O ser humano a muito não é capaz de amar para sempre, o que acontece é que se ama memórias.
Se não somos capazes de vivermos nus, como seremos capazes de amar? Se o corpo é vergonha, como pode alma ser aclamada?
De qualquer forma, meu corpo é você.
Sou inteiramente dos outros.
De mim, quase nada.
Existo,
Coexistimos.
Quer dançar?
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