Quero ser sempre humana

(Laís Moura)

Ouço um grito quieto que começa aqui e invade a Terra.
Sinto, paro, escuto ela
E transformando-me em incenso a transformo em sentinela.
Este planeta todo é só um fiapo de grito
Minha casa, meu arrepio
Que começa na nuca como um beijo frio.

Agora escute,
Meus pés vão para a frente com o coração na boca
Viver nesta própria casa é aventura louca
E de paixão a vida se torna dança solta.
Se assim é a vida na Terra por qualquer razão,
Com juízo essas outras almas se afundam em solidão
- Só se entende isolando este turbilhão.

Viver, por fim, é fronteira
Planeta que nasce logo se forma em teia
Amor por amor se atravessa e semeia
Por isso quero a Terra assim, inteira.

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