Um pouco mais de paciência
(Laís Moura)
A impressão que me acontece é que lá fora existe um mundo muito pequeno, e que jamais conhecerei. O que vivo acontece dentro da minha mente - cidade é um cenário inteiramente meu. Engraçado é que meus trovões tem gosto de sal, e ainda assim a dor parece tão doce... Mediante a mim me percebo dupla: O que reflete no espelho é uma mulher sem graça que faz de tudo para ter sucesso, quanto dentro de mim minh'alma adormece, numa hibernação profunda. É sempre inverno. Sol é puramente rotina para me dizer que minha pele, além de negra, pode ser laranja. Nuvem é algodão, chuva é ácido. Pois que chova enxofre! Aproveita, Deus, e corroa os corações dessas estátuas frias, sim?
Eu serei alguém melhor amanhã, ouviu? Só quero agora o pó do cigarro que nunca fumei, a sobrancelha erguida de desdém e um salto alto nos pés. Talvez assim eu cumpra meu papel.
Bateu sono, vou dormir.
Boa noite, melancolia. Faça o favor de nunca mais despertar.
A impressão que me acontece é que lá fora existe um mundo muito pequeno, e que jamais conhecerei. O que vivo acontece dentro da minha mente - cidade é um cenário inteiramente meu. Engraçado é que meus trovões tem gosto de sal, e ainda assim a dor parece tão doce... Mediante a mim me percebo dupla: O que reflete no espelho é uma mulher sem graça que faz de tudo para ter sucesso, quanto dentro de mim minh'alma adormece, numa hibernação profunda. É sempre inverno. Sol é puramente rotina para me dizer que minha pele, além de negra, pode ser laranja. Nuvem é algodão, chuva é ácido. Pois que chova enxofre! Aproveita, Deus, e corroa os corações dessas estátuas frias, sim?
Eu serei alguém melhor amanhã, ouviu? Só quero agora o pó do cigarro que nunca fumei, a sobrancelha erguida de desdém e um salto alto nos pés. Talvez assim eu cumpra meu papel.
Bateu sono, vou dormir.
Boa noite, melancolia. Faça o favor de nunca mais despertar.
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