Eticétera

(Laís Moura)

Tem dias que a gente sente os fantasmas dos passados abraçarem a gente forte, como se sentissem muito por existirem mas, ao mesmo tempo, não conseguissem se desprender do corpo hospedeiro. É assim comigo, e quando menor, estava constantemente convicta de que situações como essa só alcançavam a mim.
Entretanto, todos aprendemos cedo ou tardiamente que o tempo tem sempre gaze e esparadrapo na mão - repara nossas feridas.
Já eu, vivo a lamentar não aquilo que eu fiz, mas aquilo que não fiz numa época em que não poderia fazer nada. Vivendo a sombra das pedras que atirei sobre mim mesma, me inclino com rancor doce das palavras que não disse mesmo certa de que deveria ter dito.
Já estamos em novembro, porém minha alma mal saiu de muitos anos atrás.

Comentários

Postagens mais visitadas