Coelho da noite
[Laís Moura e Bárbara Suzart(FINALMENTE)]
Antes de morrer, eu estava no hospital observando minha avó, pele o osso, mal conseguindo olhar para ela.
- Minha filha, - Disse ela, dando um toque gélido no meu braço. - Escute. Lembra-se daquela lenda?
- Qual delas, vovó?
- A do coelhinho. Da noite.
- Pois.
- Nunca se esqueça, minha filha, daquela história. E repasse para o máximo de pessoas que puder...
E cá estou eu. Não que eu acredite ou que tenha um significado tão alto como teve para minha avó, mas por consideração farei seu último pedido.
O Coelho, diversas vezes, sentia inveja das formigas. Da organização, do esforço, e da rotina que elas seguiam sem maiores transtornos. Ele, sozinho, não tinha família nem conseguia ser organizado; Mas uma coisa ele fazia questão de ter: rotina. Nunca se cansava dela, pois ela permitia dentre todas as outras coisas que ele se sentisse vivo.
A rotina trazia à ele A Lua, a responsável pelo seu eterno amor.
O Coelho era um bichinho covarde. Não gostava muito de ser notado e evitava às manhãs, e pela noite, tinha medo das sombras das árvores e do barulho do vento, que assoviava como fantasmas inquietos. Entretanto, numa hora específica da noite onde o vento não circulava, ele ia até o Rio e observava a lua que repousava do outro lado. Ora ela estava satisfeita, orgulhosa, e se exibia toda amarela e cheia. Ora estava sonolenta, cansada, e repousava a maior parte dentre as nuvens. Ora, medrosa com as coisas da vida, se escondia por completo - e neste último O Coelho passava horas a fio a chorar, deixando suas lágrimas se juntarem ao Rio que corria à sua frente. O Coelho nunca ligava para este último,e só sabia que existia pelo barulho que fazia ao correr dentre as pedrinhas.
Ah, como era doce aquele amor! A terra nunca outrora havia visto um igual!
E então, numa dessas noites em que A Lua se escondia por completo, o coelho olhou para seu próprio reflexo embaçado no Rio. Este o convidava para ir para longe dali, num lugar mais tranquilo e feliz. Por isso que o Rio tanto corria, para a mesma direção.
- Não dá. - Disse O Coelho. - E A Lua?
E então, lá no Rio ele a avistou, cintilante.
Quão ingênuo era o coelhinho, mal sabia que era o seu reflexo! - E, iludido, jurou ouví-la sussurrar eterno amor. Assim como o dele.
Encantado, correu para o Rio e lá se jogou. Quando viu sua doce figura se desmanchar, em desespero, tentou lutar contra a correnteza e pisar em terra firme - mas não conseguiu. O vermelho dos seus olhos se misturou ao vermelho de seu sangue, que transbordava pelas mordidas dos peixes. E soltando o último suspiro, deixou sua alma subir até o céu.
Mas, antes de alcançá-lo, a alma correu e se juntou À Lua, satisfeita.
Antes de morrer, eu estava no hospital observando minha avó, pele o osso, mal conseguindo olhar para ela.
- Minha filha, - Disse ela, dando um toque gélido no meu braço. - Escute. Lembra-se daquela lenda?
- Qual delas, vovó?
- A do coelhinho. Da noite.
- Pois.
- Nunca se esqueça, minha filha, daquela história. E repasse para o máximo de pessoas que puder...
E cá estou eu. Não que eu acredite ou que tenha um significado tão alto como teve para minha avó, mas por consideração farei seu último pedido.
O Coelho, diversas vezes, sentia inveja das formigas. Da organização, do esforço, e da rotina que elas seguiam sem maiores transtornos. Ele, sozinho, não tinha família nem conseguia ser organizado; Mas uma coisa ele fazia questão de ter: rotina. Nunca se cansava dela, pois ela permitia dentre todas as outras coisas que ele se sentisse vivo.
A rotina trazia à ele A Lua, a responsável pelo seu eterno amor.
O Coelho era um bichinho covarde. Não gostava muito de ser notado e evitava às manhãs, e pela noite, tinha medo das sombras das árvores e do barulho do vento, que assoviava como fantasmas inquietos. Entretanto, numa hora específica da noite onde o vento não circulava, ele ia até o Rio e observava a lua que repousava do outro lado. Ora ela estava satisfeita, orgulhosa, e se exibia toda amarela e cheia. Ora estava sonolenta, cansada, e repousava a maior parte dentre as nuvens. Ora, medrosa com as coisas da vida, se escondia por completo - e neste último O Coelho passava horas a fio a chorar, deixando suas lágrimas se juntarem ao Rio que corria à sua frente. O Coelho nunca ligava para este último,e só sabia que existia pelo barulho que fazia ao correr dentre as pedrinhas.
Ah, como era doce aquele amor! A terra nunca outrora havia visto um igual!
E então, numa dessas noites em que A Lua se escondia por completo, o coelho olhou para seu próprio reflexo embaçado no Rio. Este o convidava para ir para longe dali, num lugar mais tranquilo e feliz. Por isso que o Rio tanto corria, para a mesma direção.
- Não dá. - Disse O Coelho. - E A Lua?
E então, lá no Rio ele a avistou, cintilante.
Quão ingênuo era o coelhinho, mal sabia que era o seu reflexo! - E, iludido, jurou ouví-la sussurrar eterno amor. Assim como o dele.
Encantado, correu para o Rio e lá se jogou. Quando viu sua doce figura se desmanchar, em desespero, tentou lutar contra a correnteza e pisar em terra firme - mas não conseguiu. O vermelho dos seus olhos se misturou ao vermelho de seu sangue, que transbordava pelas mordidas dos peixes. E soltando o último suspiro, deixou sua alma subir até o céu.
Mas, antes de alcançá-lo, a alma correu e se juntou À Lua, satisfeita.
Comentários
COELHO DA NOITE, O QUE VOCÊ QUER SABER ?
COELHO DA NOITE, EU ACREDITO EM VOCÊ !
Otimo texto e continuem assim meninas!
PYPB ^^