Saudade de tempos perdidos

(Laís Moura)

Se o anoitecer pudesse guardar nós dois
Respirando violentamente só por sobrevivência
Talvez meu quarto ficasse arrumado

Depois da queda fica sempre assim

Permita então que o frio te devore e te parta
Ali a neblina nos encobre e viramos um só
Para o dia que profetizamos dar a luz a outro dia

Depois da queda sempre fica assim

Me encolho debaixo dos meus próprios ombros
Na vã lembrança das folhas de outono
Uma época que atravessou os oceanos

Só para fugir de mim

Aquelas palavras secas
Transformaram a história num sexo seco
Foram ditas por tu, majestoso na sua própria utopia

Só para fugir de mim

Corro, corro o mais lento que posso
Por entre altas árvores impetuosas
Talvez não vá muito mais além do que

Um eu perdido

Verdade, só ficamos sóbrios quando bêbados
Então se mostre na escuridão de todos os olhos
Que circulam vazios assim como

Um eu perdido

Depois da queda sempre fica assim
Só para fugir de mim
Um eu perdido.




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