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(Laís Moura)

Talvez a única coisa que eu possa fazer seja correr. Ao sentir o vento, imaginar apenas com a força mental que tudo está sendo arrancado de mim mais rápido do que a velocidade da luz. Dessa forma posso deixar lavar tudo, todos e o nada. Acabaria dando (quem sabe?) numa praia, arrancaria de ódio punhados de areia e os jogaria para longe. Poderia parar, sem ter tempo de ver o pôr - do - sol, e deixar a areia escorrer pelos meus dedos. Voltar para o lar. Se tudo fosse tão natural assim...
Mas de onde veio tudo isso mesmo?
Tanto faz, no fim tudo vira pó.
Mas e até lá, é tão somente respirar? Engolir sapo e acreditar que o melhor é aquilo que te dizem, sempre, e independente de tudo?
O amor, ah, só Deus sabe o que é o amor. Então como se chama? Dúvida, façanha, gandaia, guerra, ditadura?
Quanto mais penso, mais de mim se multiplica.
E aí é que tá: Viver é assim, é entrar em guerra consigo mesmo e despejá-la em alguém que viva o mesmo que você. Seja em ódio ou paz, alguém sempre aparece. Alguém sempre toma suas dores, e posteriormente transforma-a da forma que achar melhor. Assim a gente dorme, e no dia seguinte o sol aponta o dedo e diz:
 - Fica ai meu filho, quietinho. Shi.
 Eu obedeço. No geral todo mundo obedece, e é na calada da noite que se faz o barulho.

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