À moda antiga
(Laís Moura)
E daí que você foi embora?
Não, querido, eu não fiquei na varanda tricotando, vendo meu pai fumar charuto enquanto se balança na rede e assobiando uma canção norte americana. Sim, teu amor partiu-me em dois, em três, em quatro e em cinco. Esperei dia e noite suas cartas prometidas, que por não priorizar-me deu-se por satisfeito em apenas colocá-las como espera. Fiz, sem dó nem piedade, isso mesmo de que está me acusando. Coloquei um cigarro na boca e dei para maldizer o que fomos: um casal. E assim retornas, colarinho mala e cuia, me falar o quanto sofre? Pedir-me paciência?
Deu as costas porque quis, sweetheart, agora pode limpar a lama que seu cavalo fez na minha escada.
- Você me amou de verdade? - Perguntou.
Eu ia até responder que sim, que amei com todas minhas forças, mas amor é doce demais para ser entregue por alguém tão amargo, então respondi:
- Não. Mal sei como se soletra.
E daí que você foi embora?
Não, querido, eu não fiquei na varanda tricotando, vendo meu pai fumar charuto enquanto se balança na rede e assobiando uma canção norte americana. Sim, teu amor partiu-me em dois, em três, em quatro e em cinco. Esperei dia e noite suas cartas prometidas, que por não priorizar-me deu-se por satisfeito em apenas colocá-las como espera. Fiz, sem dó nem piedade, isso mesmo de que está me acusando. Coloquei um cigarro na boca e dei para maldizer o que fomos: um casal. E assim retornas, colarinho mala e cuia, me falar o quanto sofre? Pedir-me paciência?
Deu as costas porque quis, sweetheart, agora pode limpar a lama que seu cavalo fez na minha escada.
- Você me amou de verdade? - Perguntou.
Eu ia até responder que sim, que amei com todas minhas forças, mas amor é doce demais para ser entregue por alguém tão amargo, então respondi:
- Não. Mal sei como se soletra.
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