Reveillon
(Bárbara Suzart)
Vou te dizer uma coisa: passar o ano novo com o namorado pode ser incrivelvemente bom, mas quando essa virada se torna uma cilada... - relaxa, não é uma imitação barata do conto "Cilada", criado por Laís.
Tá. Irei explicar. Fui passar a virada do ano com meu namorado, Vinícius. Assim, dizem que sou uma pessoa namoradeira. Não sei, mas só sei que perdi as contas de quantos namorados já tive. E a maioria era gente famosa - já namorei até um ex-BBB, sério mesmo. Com 15 anos, tive meu primeiro namorado, e agora eu, com 23, estou com o meu, acredito eu, décimo sétimo (ou décido oitavo?). Diferente dos outros, ele não era ex-BBB ou vocalista de uma banda de forró. Vinícius frequentava uma igreja evangélica, era honesto, calmo e reservado. Gostava muito dele, mas ele transformou essa virada do ano novo em furada do ano novo.
E lá fomos nós para uma cidade pequena que ficava no interior do estado.
- Amor, primeiro a gente vai pro bosque ver os fogos de artifício, viu? - disse Vinícius, com as mãos no volante do carro.
- Tá. - assenti.
Em meados às 23:40, saímos em direção ao rumo.
- Pronto, Gabriela, agora vamos sair do carro e...
- Não seria melhor ficar aqui mesmo? - interrompi-o.
- Ah, amor, deixe de ser anti-social. - bufei.
Quando saímos do carro, não conseguia enxergar mais nada além de um bando de gente feia e bêbada cambaleando - tinha até pessoas nos fundos vomitando.
Depois de darmos uma volta, já era de se imaginar que ele estaria cansado.
- Gaby amor, vamos voltar pro carro que já já começa a soltar os fogos.
Suspirei, impaciente. Quando chegamos, começou a contagem regressiva.
- 5... 4... 3... 2... 1... - contavam todos, ritmadamente em voz alta.
- Veja, amor, os fogos! Que lindo! - animou.
Sinceramente, sem exagero, se eu fosse cega ou se ele não afirmasse que aquilo ali eram fogos de artifício, não teria dúvidas de que Vinícius havia havia soltado gases.
Sério mesmo, os fogos tinham sons de peido. E eram aquele fogos bem falhados. Pipocava, "peidava" e depois ficava incolor em um piscar de olhos.
Mas sabe como é. Começo de namoro, esperaria que eu falasse o que?
- É... Lindo, amor, perfeito... - menti, colocando a mão na minha face e dando gargalhadas por dentro.
O "espetáculo de peidos falhados no céu estrelado" durou em questão de segundos e, finalmente, fomos para casa dele. Chegando no quarto, ele se virou pra mim e disse:
- Gabriela, vou pegar vinho pra gente, tá?
Meus olhos cintilaram. "Opa, bebendo vinho, só eu e ele. É hoje!", pensei, me reanimando.
Alguns minutos depois, ele chegou com um copo - isso mesmo, UM - de vinho, medindo um dedo pequeno.
- Oxe Vini, não vai beber não? - questionei, indignada.
- Vou sim. Vamos dividir esse copo.
Retada, fui beber um gole do vinho. Aliás, vinho não. Suco de morango.
Não era nem de uva. Era de MORANGO!
- Agora, amor, acho melhor você ir que já está ficando tarde.
Cheguei em casa estressada e chorando de raiva. Reveillon de sorte, hein?
Baseado em fatos reais.
Vou te dizer uma coisa: passar o ano novo com o namorado pode ser incrivelvemente bom, mas quando essa virada se torna uma cilada... - relaxa, não é uma imitação barata do conto "Cilada", criado por Laís.
Tá. Irei explicar. Fui passar a virada do ano com meu namorado, Vinícius. Assim, dizem que sou uma pessoa namoradeira. Não sei, mas só sei que perdi as contas de quantos namorados já tive. E a maioria era gente famosa - já namorei até um ex-BBB, sério mesmo. Com 15 anos, tive meu primeiro namorado, e agora eu, com 23, estou com o meu, acredito eu, décimo sétimo (ou décido oitavo?). Diferente dos outros, ele não era ex-BBB ou vocalista de uma banda de forró. Vinícius frequentava uma igreja evangélica, era honesto, calmo e reservado. Gostava muito dele, mas ele transformou essa virada do ano novo em furada do ano novo.
E lá fomos nós para uma cidade pequena que ficava no interior do estado.
- Amor, primeiro a gente vai pro bosque ver os fogos de artifício, viu? - disse Vinícius, com as mãos no volante do carro.
- Tá. - assenti.
Em meados às 23:40, saímos em direção ao rumo.
- Pronto, Gabriela, agora vamos sair do carro e...
- Não seria melhor ficar aqui mesmo? - interrompi-o.
- Ah, amor, deixe de ser anti-social. - bufei.
Quando saímos do carro, não conseguia enxergar mais nada além de um bando de gente feia e bêbada cambaleando - tinha até pessoas nos fundos vomitando.
Depois de darmos uma volta, já era de se imaginar que ele estaria cansado.
- Gaby amor, vamos voltar pro carro que já já começa a soltar os fogos.
Suspirei, impaciente. Quando chegamos, começou a contagem regressiva.
- 5... 4... 3... 2... 1... - contavam todos, ritmadamente em voz alta.
- Veja, amor, os fogos! Que lindo! - animou.
Sinceramente, sem exagero, se eu fosse cega ou se ele não afirmasse que aquilo ali eram fogos de artifício, não teria dúvidas de que Vinícius havia havia soltado gases.
Sério mesmo, os fogos tinham sons de peido. E eram aquele fogos bem falhados. Pipocava, "peidava" e depois ficava incolor em um piscar de olhos.
Mas sabe como é. Começo de namoro, esperaria que eu falasse o que?
- É... Lindo, amor, perfeito... - menti, colocando a mão na minha face e dando gargalhadas por dentro.
O "espetáculo de peidos falhados no céu estrelado" durou em questão de segundos e, finalmente, fomos para casa dele. Chegando no quarto, ele se virou pra mim e disse:
- Gabriela, vou pegar vinho pra gente, tá?
Meus olhos cintilaram. "Opa, bebendo vinho, só eu e ele. É hoje!", pensei, me reanimando.
Alguns minutos depois, ele chegou com um copo - isso mesmo, UM - de vinho, medindo um dedo pequeno.
- Oxe Vini, não vai beber não? - questionei, indignada.
- Vou sim. Vamos dividir esse copo.
Retada, fui beber um gole do vinho. Aliás, vinho não. Suco de morango.
Não era nem de uva. Era de MORANGO!
- Agora, amor, acho melhor você ir que já está ficando tarde.
Cheguei em casa estressada e chorando de raiva. Reveillon de sorte, hein?
Baseado em fatos reais.
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