Cigana

(Laís Moura)

Uma cigana nas ruas

Naquela triste, fria, sórdida cidade.

"Não venhas a mim, lábios vermelhos.

Não novamente."


Ela arrastou suas sandálias imundas

Reluzia à luz do luar

"Mas eu avisei a você ontem ao crepúsculo

Que aqui não era seu lugar."


"Não detenha seu ódio, ó cigana

Há muitas milhas em seus olhos verdes."

Ela me olhou com desprezo, engoliu suas lágrimas

E sussurrou antigas palavras:


"Não sou humana, garoto."

Ela pensou em seu fim nos velhos paralelepípedos

"Tenho uma surpresa, feche seus olhos."

Um suspiro abafado, um som oco, digitais: Seu fim.

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