Quem diria...
(Laís Moura)
- Acho que é aqui. - Disse Helena, com os olhos cerrados tentando enchergar através da escuridão. - É, portão vermelho, o único da rua. Isso mesmo.
- Tem certeza que sua prima não teve receio em concender? Quer dizer, somos 7 mulheres. É muita gente. - Disse.
- Relaxa, Maza. Ela confia em mim.
Não me soou muito convincente, mas abandonei esses pensamentos enquanto carregava minhas malas para dentro da casa. Era de classe média, espaçosa, só a sala tinha cerca de 70 metros quadrados; E quando sentei na mesa percebi o quanto estava cansada. Subi em direção a suíte e tomei um banho gelado, e acabei desabando na cama de toalha e tudo.
Acordei com o som da represa se movimentando, sentindo um forte cheiro de água salgada. Botei uma roupa qualquer (afinal estava nua) e olhei pela janela que ocupava metade da parede, sentindo aliviada o cheiro de férias pós-formatura. Quando desci as meninas já estavam tomando café e sentei calada.
- Bom dia. - Disse, me espreguiçando.
- Bom dia, Maza. - Disse Carla. - Você desmaiou, hein?
Sorri, e percebi que elas já estavam de biquíni.
- Se apresse, Z. - Disse Júlia. - Vista seu biquíni logo. Daqui a pouco já estamos na praia, paquerando a toda!
- É, - concordei - É tudo o que eu preciso agora!
Lavei minha louça e vesti meu biquíni, sem me esquecer do protetor solar (afinal, éramos médicas). O sol estava fortíssimo, e apostamos corrida até o mar como crianças libertas. A água fria estava no ponto certo, e assim que dei meu mergulho de golfinho soube que nunca ia me esquecer daquelas férias.
X
Ficamos horas na praia. Gastamos uma pequena furtuna no almoço e paqueramos os garçons das barracas, sugando o máximo de atrevimento que o sol nos permitia. Jogamos frescoball e paqueramos mais um grupo de caras (devia ter a mesma faixa etária, 23,24 anos) que forçavam o diafragma para deixarem a barriga mais definida. Jogamos até suar e nossos braços doerem, e entramos no mar de novo. Depois ficamos com fome, e juntamos nossas coisas para jantarmos num lugar mais barato. Quando chegamos num restaurante, o mesmo grupo de garotos que passou pela gente estava lá, com o acrescémo de 2 garotos. Um deles não tirou os olhos de mim durante o que me pareceu 10 minutos. Ele disse alguma coisa com o garçom e se levantou, vindo na minha direção. As meninas começaram a se entreolhar e darem risadinhas me cutucando, e joguei todo meu charme. Ele era alto, forte e tinha uma expressão decida e sei lá, meio...feliz.
- Tem alguem sentado aqui? - Perguntou finalmente, apontando para a cadeira vazia ao meu lado esquerdo.
- Não, tem não. - Sorri, com minha voz mais doce do que eu pretendia.
Ele sentou e disse:
- Posso saber seu nome?
- Maza. - Disse, dando um gole de vinho. - Mazarello.
- Bonito nome, como suspeitava. Admirei você desde que entrou por aquela porta. E a propósito, meu nome é Luis.
Sorri constrangida, e ouvi os gritinhos abafados das meninas que observavam a cena descaradamente. Helena piscou um olho e sorriu, me encorajando.
- Mazarello - Disse ele, pegando na minha mão - Quer casar comigo?
E durante segundos, tudo ficou tão silencioso.
X
- Tá louco? Eu nem te conheço!
Ele sorriu, murmurando:
- O amor nem sempre precisa da razão...
- Lunático!
Me levantei, totalmente ofendida. Quanto mais falava mais ele sorria, e as meninas me acompanharam, assustadas e risonhas ao mesmo tempo. Quando saímos de lá, esse foi o assunto até elas finalmente me deixarem dormir.
X
No dia seguinte, minha avó e minhas duas tias apareceram por lá de manhã bem cedo enquanto a gente tomava café. Sem surpresa, já sabíamos que isso ia acontecer, portanto reservamos a suíte para elas. Elas guardaram as coisas e desceram, prontas para irem na praia. Foram na nossa frente e quando cheguei, vi um cara conversando com minha avó. Ela ria e ele também, e fiquei intrigada. Quando cheguei mais perto ele se virou, e vi quem era: Luis. Ele sorriu e deu uma batidinha de leve na areia para eu me sentar ao seu lado, e estranhamente o fiz.
- Ah querida, estávamos conversando. - Disse minha avó. - E ele pediu a sua mão para mim. Que charme. Claro que eu aceito.
- Mas vó, eu nem conheço...
- Minha filha, vocês vão dar muito certo, minha intuição diz isso!
Olhei estupefada e aceitei, sem acreditar nas minhas próprias palavras.
X
Esse fato faz 21 anos, e não consigo imaginar minha vida sem ele... Ah, tenho que ir. Minha filha está atrasada novamente para o colégio.
Baseado em fatos reais.
- Acho que é aqui. - Disse Helena, com os olhos cerrados tentando enchergar através da escuridão. - É, portão vermelho, o único da rua. Isso mesmo.
- Tem certeza que sua prima não teve receio em concender? Quer dizer, somos 7 mulheres. É muita gente. - Disse.
- Relaxa, Maza. Ela confia em mim.
Não me soou muito convincente, mas abandonei esses pensamentos enquanto carregava minhas malas para dentro da casa. Era de classe média, espaçosa, só a sala tinha cerca de 70 metros quadrados; E quando sentei na mesa percebi o quanto estava cansada. Subi em direção a suíte e tomei um banho gelado, e acabei desabando na cama de toalha e tudo.
Acordei com o som da represa se movimentando, sentindo um forte cheiro de água salgada. Botei uma roupa qualquer (afinal estava nua) e olhei pela janela que ocupava metade da parede, sentindo aliviada o cheiro de férias pós-formatura. Quando desci as meninas já estavam tomando café e sentei calada.
- Bom dia. - Disse, me espreguiçando.
- Bom dia, Maza. - Disse Carla. - Você desmaiou, hein?
Sorri, e percebi que elas já estavam de biquíni.
- Se apresse, Z. - Disse Júlia. - Vista seu biquíni logo. Daqui a pouco já estamos na praia, paquerando a toda!
- É, - concordei - É tudo o que eu preciso agora!
Lavei minha louça e vesti meu biquíni, sem me esquecer do protetor solar (afinal, éramos médicas). O sol estava fortíssimo, e apostamos corrida até o mar como crianças libertas. A água fria estava no ponto certo, e assim que dei meu mergulho de golfinho soube que nunca ia me esquecer daquelas férias.
X
Ficamos horas na praia. Gastamos uma pequena furtuna no almoço e paqueramos os garçons das barracas, sugando o máximo de atrevimento que o sol nos permitia. Jogamos frescoball e paqueramos mais um grupo de caras (devia ter a mesma faixa etária, 23,24 anos) que forçavam o diafragma para deixarem a barriga mais definida. Jogamos até suar e nossos braços doerem, e entramos no mar de novo. Depois ficamos com fome, e juntamos nossas coisas para jantarmos num lugar mais barato. Quando chegamos num restaurante, o mesmo grupo de garotos que passou pela gente estava lá, com o acrescémo de 2 garotos. Um deles não tirou os olhos de mim durante o que me pareceu 10 minutos. Ele disse alguma coisa com o garçom e se levantou, vindo na minha direção. As meninas começaram a se entreolhar e darem risadinhas me cutucando, e joguei todo meu charme. Ele era alto, forte e tinha uma expressão decida e sei lá, meio...feliz.
- Tem alguem sentado aqui? - Perguntou finalmente, apontando para a cadeira vazia ao meu lado esquerdo.
- Não, tem não. - Sorri, com minha voz mais doce do que eu pretendia.
Ele sentou e disse:
- Posso saber seu nome?
- Maza. - Disse, dando um gole de vinho. - Mazarello.
- Bonito nome, como suspeitava. Admirei você desde que entrou por aquela porta. E a propósito, meu nome é Luis.
Sorri constrangida, e ouvi os gritinhos abafados das meninas que observavam a cena descaradamente. Helena piscou um olho e sorriu, me encorajando.
- Mazarello - Disse ele, pegando na minha mão - Quer casar comigo?
E durante segundos, tudo ficou tão silencioso.
X
- Tá louco? Eu nem te conheço!
Ele sorriu, murmurando:
- O amor nem sempre precisa da razão...
- Lunático!
Me levantei, totalmente ofendida. Quanto mais falava mais ele sorria, e as meninas me acompanharam, assustadas e risonhas ao mesmo tempo. Quando saímos de lá, esse foi o assunto até elas finalmente me deixarem dormir.
X
No dia seguinte, minha avó e minhas duas tias apareceram por lá de manhã bem cedo enquanto a gente tomava café. Sem surpresa, já sabíamos que isso ia acontecer, portanto reservamos a suíte para elas. Elas guardaram as coisas e desceram, prontas para irem na praia. Foram na nossa frente e quando cheguei, vi um cara conversando com minha avó. Ela ria e ele também, e fiquei intrigada. Quando cheguei mais perto ele se virou, e vi quem era: Luis. Ele sorriu e deu uma batidinha de leve na areia para eu me sentar ao seu lado, e estranhamente o fiz.
- Ah querida, estávamos conversando. - Disse minha avó. - E ele pediu a sua mão para mim. Que charme. Claro que eu aceito.
- Mas vó, eu nem conheço...
- Minha filha, vocês vão dar muito certo, minha intuição diz isso!
Olhei estupefada e aceitei, sem acreditar nas minhas próprias palavras.
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Esse fato faz 21 anos, e não consigo imaginar minha vida sem ele... Ah, tenho que ir. Minha filha está atrasada novamente para o colégio.
Baseado em fatos reais.
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