Polícia: ajuda ou empecílio?
(Laís Moura)
Em toda minha vida nunca vi nada parecido. Nenhum filme, livro, crônica, novela. E nessas horas você para e pensa: Por que eu?
Perdi/roubaram meu celular. Toda aquela ceninha clichê: procurar no carro, no último lugar que você foi, ligar para seu próprio celular [tá,isso eu não fiz pois não tinha nenhum outro celular para ligar, e o orelhão tava com defeito (legal,né?)], perguntar a Deus e o mundo, entrar em pânico, reprocurar no carro, e nada.
Bom, o celular era da empresa, e tecnicamente eu não paguei por ele. Mas tinha contatos lá que eu não poderia perder de forma alguma.
Depois de tanto procurar pelo bendito, me conformei e fui registrar boletim de ocorrência. Quando cheguei na delegacia mais próxima, vi que estava em greve. Uma multidão se aglomerava na frente da delegacia indignada por não - sei - lá - o - quê, mas vi que a porta estava aberta.
Entrei.
Por um breve momento, achei que tinha botado no bolso da calça e não tinha verificado lá. Sorri aliviado, mas ao apalpar, vi que não estava realmente comigo. A delegacia estava vazia, e estaria totalmente se não fosse um policial que estava sentado lendo seu jornal.
- Com licença, senhor, é que eu queria registrar um boletim de ocorrência.
- Desculpe, estamos em greve.
- Mas o que eu faço? O celular é da empresa, eu tenho que fazer isso!
- Olha, faz o seguinte: tá vendo aquele computador ali? Acesse o site da polícia e faça o registro lá.
- Então tá bom.
E foi o que eu fiz. Acessei o site e maravilha: estava fora do ar! Na minha terceira tentativa de abrir o site, fui surpreendido por uma pergunta:
- O QUE QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AÍ?
Ergui os olhos para o policial perplexo, e confuso perguntei:
- Quem, eu?
- Claro!
- Bom, eu vim registrar boletim de ocorrência!
- Quem te deu autorização para entrar aqui? Esse computador é restrito da polícia!
- Ah, foi aquele ali ó, que tá lendo o jornal.
O policial saiu,e ao voltar junto com o do jornal, estava enfurecido. Faltava bem pouquinho para sair fogo pelas suas narinas.
- Então, você deu mesmo autorização para esse cara acessar aqui?
- Eu? Eu não!
Aí a ficha caiu: eu estava encrencado.
- Você agora cometeu dois crimes: Acusou um policial e acessou um computador restrito.
- Mas eu não sabia, eu...
- TÁ CHAMANDO MEU COLEGA DE MENTIROSO?
- Eu?! Eu não, de forma alguma, quê é isso! - Menti.
- Me passe seus documentos.
Ele os analisou demoradamente, enquanto eu tentava convencê-lo a me liberar. Contrariado, jogou-os para longe e resmungou:
- Se eu encontrar qualquer crime na sua ficha, você será preso. Agora vá embora!
E fui, sentindo minhas pernas virarem geléia enquanto eu andava.
Baseado em fatos reais.
Em toda minha vida nunca vi nada parecido. Nenhum filme, livro, crônica, novela. E nessas horas você para e pensa: Por que eu?
Perdi/roubaram meu celular. Toda aquela ceninha clichê: procurar no carro, no último lugar que você foi, ligar para seu próprio celular [tá,isso eu não fiz pois não tinha nenhum outro celular para ligar, e o orelhão tava com defeito (legal,né?)], perguntar a Deus e o mundo, entrar em pânico, reprocurar no carro, e nada.
Bom, o celular era da empresa, e tecnicamente eu não paguei por ele. Mas tinha contatos lá que eu não poderia perder de forma alguma.
Depois de tanto procurar pelo bendito, me conformei e fui registrar boletim de ocorrência. Quando cheguei na delegacia mais próxima, vi que estava em greve. Uma multidão se aglomerava na frente da delegacia indignada por não - sei - lá - o - quê, mas vi que a porta estava aberta.
Entrei.
Por um breve momento, achei que tinha botado no bolso da calça e não tinha verificado lá. Sorri aliviado, mas ao apalpar, vi que não estava realmente comigo. A delegacia estava vazia, e estaria totalmente se não fosse um policial que estava sentado lendo seu jornal.
- Com licença, senhor, é que eu queria registrar um boletim de ocorrência.
- Desculpe, estamos em greve.
- Mas o que eu faço? O celular é da empresa, eu tenho que fazer isso!
- Olha, faz o seguinte: tá vendo aquele computador ali? Acesse o site da polícia e faça o registro lá.
- Então tá bom.
E foi o que eu fiz. Acessei o site e maravilha: estava fora do ar! Na minha terceira tentativa de abrir o site, fui surpreendido por uma pergunta:
- O QUE QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AÍ?
Ergui os olhos para o policial perplexo, e confuso perguntei:
- Quem, eu?
- Claro!
- Bom, eu vim registrar boletim de ocorrência!
- Quem te deu autorização para entrar aqui? Esse computador é restrito da polícia!
- Ah, foi aquele ali ó, que tá lendo o jornal.
O policial saiu,e ao voltar junto com o do jornal, estava enfurecido. Faltava bem pouquinho para sair fogo pelas suas narinas.
- Então, você deu mesmo autorização para esse cara acessar aqui?
- Eu? Eu não!
Aí a ficha caiu: eu estava encrencado.
- Você agora cometeu dois crimes: Acusou um policial e acessou um computador restrito.
- Mas eu não sabia, eu...
- TÁ CHAMANDO MEU COLEGA DE MENTIROSO?
- Eu?! Eu não, de forma alguma, quê é isso! - Menti.
- Me passe seus documentos.
Ele os analisou demoradamente, enquanto eu tentava convencê-lo a me liberar. Contrariado, jogou-os para longe e resmungou:
- Se eu encontrar qualquer crime na sua ficha, você será preso. Agora vá embora!
E fui, sentindo minhas pernas virarem geléia enquanto eu andava.
Baseado em fatos reais.
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