Desligada
(Laís Moura)
Sabe, eu sempre fui meio desligada em grupo.Não prestava atenção em que lugar estava, com quem ou quando. E foi num desses momentos que a aconteceu o que irei narrar agora.
Estava eu junto com minhas amigas indo almoçar numa padaria lá perto da escola, pois íamos ficar na escola mais tempo para fazer um trabalho. Pois bem, eu estava atrás de todo mundo - afinal, não dá para 9 pessoas andarem uma do lado da outra numa calçada - e observava um cachorro passeando.
Eu estava tão concentrada no cachorro que me desliguei das outras. Já sabia o caminho então não tinha problema - pensava eu.
Foi quando depois de muito tempo eu senti um silêncio - detalhe anormal pelo fato de 9 garotas estarem juntas. Olhei para frente, ninguém a vista.
Bom, era só eu ir para a padaria, elas deveriam estar lá. Eu realmente ia se não fosse por um grupo de garotos que se aproximavam. Deveria ser uns 7, e só um pouco mais velhos do que eu. Mas porquê eles se aproximavam tanto?
Apressei o meu passo. A rua estava deserta e não era muito agradável ficar entre eles.
Estavam dando risadinhas entre si quando eu me lembrei de um e-mail que uma amiga minha me enviou, falando sobre auto-defesa para mulheres. Dentre as precauções da lista, estava escrito o seguinte: " Se é necessário você andar sozinha pela noite, ande sempre com postura e com a cabeça levantada, porquê as vítimas mais fáceis são as que tem um andar vacilante e a cabeça baixa." - ou algo do tipo.
E foi isso que eu fiz. Me achei metida na hora, mas era melhor solução do momento.Eles começavam a me cercar.
- Olá, coisinha! - disse um.
Um aviso para você, leitor jovem: NUNCA CHAME UMA GAROTA DE COISINHA.É A PIOR COISA DO MUNDO.
Parei de andar. Encarei eles.
- Tá nervosa, fofinha? - disso um outro.
- Olha, que medo do olhar dela! - provocou terceiro.
Levantei uma sobrancelha.
- Quero ver você fazer uma de metida agora,hein? - disse um quarto, mostrando um canivete.
Aí a coisa começou a piorar.
Eu sempre me imaginei em uma situações parecidas, mas eu me imaginava BEM mais velha e BEM mais preparada - resumindo, uma policial. Mas uma das soluções que eu tinha era me fazer de americana.
- I'm sorry, but i have to go now. ( me desculpe, mas eu tenho que ir agora)
- O que ela disse? - perguntou o primeiro.
Tava começando a funcionar, pelo menos.
- Que miséria, alguém presta atenção nas aulas de inglês nessa merda? - perguntou um sétimo.
- Bom, se ela falasse de os números de um até dez daria para entender. - Respondeu um 5.
- deixa ela para lá. - disse um 6.
Saí de fininho e quando cruzei a rua dou de cara com as meninas.
- QUE MISÉRIA,ONDE VOCÊ ESTAVA? - disse Brenda
- A GENTE TÁ MORRENDO DE FOME! - disse Amanda
- POR QUÊ DEMOROU TANTO? - disse Larissa
- Tava só dando um olá para a morte... - respondi,dramaticamente.
- Ahn?!
- Me contem a versão de vocês primeiro.
- Bom, a gente viu um grupo de garotos querendo dar uma de engraçadinhos e saímos correndo - disse Bárbara
- Ah, sei. - respondi, revirando os olhos.
- Você tava com eles? - indagou Fernanda.
- Vamos comer logo,lá em cima você conta. - Disse Bárbara
E foi o que fizemos.
O que elas disseram?
Simplesmente RIRAM.
É, eu sei. Eu também acho.
Sabe, eu sempre fui meio desligada em grupo.Não prestava atenção em que lugar estava, com quem ou quando. E foi num desses momentos que a aconteceu o que irei narrar agora.
Estava eu junto com minhas amigas indo almoçar numa padaria lá perto da escola, pois íamos ficar na escola mais tempo para fazer um trabalho. Pois bem, eu estava atrás de todo mundo - afinal, não dá para 9 pessoas andarem uma do lado da outra numa calçada - e observava um cachorro passeando.
Eu estava tão concentrada no cachorro que me desliguei das outras. Já sabia o caminho então não tinha problema - pensava eu.
Foi quando depois de muito tempo eu senti um silêncio - detalhe anormal pelo fato de 9 garotas estarem juntas. Olhei para frente, ninguém a vista.
Bom, era só eu ir para a padaria, elas deveriam estar lá. Eu realmente ia se não fosse por um grupo de garotos que se aproximavam. Deveria ser uns 7, e só um pouco mais velhos do que eu. Mas porquê eles se aproximavam tanto?
Apressei o meu passo. A rua estava deserta e não era muito agradável ficar entre eles.
Estavam dando risadinhas entre si quando eu me lembrei de um e-mail que uma amiga minha me enviou, falando sobre auto-defesa para mulheres. Dentre as precauções da lista, estava escrito o seguinte: " Se é necessário você andar sozinha pela noite, ande sempre com postura e com a cabeça levantada, porquê as vítimas mais fáceis são as que tem um andar vacilante e a cabeça baixa." - ou algo do tipo.
E foi isso que eu fiz. Me achei metida na hora, mas era melhor solução do momento.Eles começavam a me cercar.
- Olá, coisinha! - disse um.
Um aviso para você, leitor jovem: NUNCA CHAME UMA GAROTA DE COISINHA.É A PIOR COISA DO MUNDO.
Parei de andar. Encarei eles.
- Tá nervosa, fofinha? - disso um outro.
- Olha, que medo do olhar dela! - provocou terceiro.
Levantei uma sobrancelha.
- Quero ver você fazer uma de metida agora,hein? - disse um quarto, mostrando um canivete.
Aí a coisa começou a piorar.
Eu sempre me imaginei em uma situações parecidas, mas eu me imaginava BEM mais velha e BEM mais preparada - resumindo, uma policial. Mas uma das soluções que eu tinha era me fazer de americana.
- I'm sorry, but i have to go now. ( me desculpe, mas eu tenho que ir agora)
- O que ela disse? - perguntou o primeiro.
Tava começando a funcionar, pelo menos.
- Que miséria, alguém presta atenção nas aulas de inglês nessa merda? - perguntou um sétimo.
- Bom, se ela falasse de os números de um até dez daria para entender. - Respondeu um 5.
- deixa ela para lá. - disse um 6.
Saí de fininho e quando cruzei a rua dou de cara com as meninas.
- QUE MISÉRIA,ONDE VOCÊ ESTAVA? - disse Brenda
- A GENTE TÁ MORRENDO DE FOME! - disse Amanda
- POR QUÊ DEMOROU TANTO? - disse Larissa
- Tava só dando um olá para a morte... - respondi,dramaticamente.
- Ahn?!
- Me contem a versão de vocês primeiro.
- Bom, a gente viu um grupo de garotos querendo dar uma de engraçadinhos e saímos correndo - disse Bárbara
- Ah, sei. - respondi, revirando os olhos.
- Você tava com eles? - indagou Fernanda.
- Vamos comer logo,lá em cima você conta. - Disse Bárbara
E foi o que fizemos.
O que elas disseram?
Simplesmente RIRAM.
É, eu sei. Eu também acho.
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