A casa do vizinho
(Bárbara Suzart)
É impressionante imaginar cenas de história como esta que vou contar agora. Porém, é interessante.
Eu, meus amigos e algumas meninas - algumas, quero dizer, muitas - estávamos querendo alugar uma casa na ilha de Itaparica para passarmos uma semana de relaxamento, longe de problemas e confusões. Mas é incrível que, aonde quer que a gente esteja, o mistério sempre nos persegue. É, não há como fugir.
- Então, senhor, você me passou as fotos da sua casa de praia, tanto de dentro quanto de fora, gostei muito! - disse, satisfeito com as imagens de acômodos confortáveis e chiques.
- Que bom, tem uma suíte e mais quatro quartos, vão alugar?
- É claro, fechado.
E cinco quartos era o suficiente para 20 pessoas - seis homens e quatorze mulheres -, realmente. Tudo bem que ficava um pouco apertado, mas dava pra levar.
Chegando lá, nem acreditei no que vi. O dono tirou fotos só das melhores partes. O resto... Pra meus queridos leitores verem a situação, só tinha dois banheiros: um da suíte - que por sinal, não dava nem uma pessoa inteira - e um que ficava fora da casa. Tudo bem, nós relevamos.
X
Lá pro segundo dia, chegou uma menina se queixando, dizendo que o segundo andar estava fedendo.
- Ah, dá pra subir lá não! - reclamou, fazendo uma careta.
- Tisc, vamos lá, Rafael. - disse, chamando um dos caras.
Ao subir no segundo andar, sentimos um cheiro de morfo isuportável. mal conseguimos ficar um minuto lá já descemos, tossindo.
- Realmente, o cheiro tá terrível. - falou Rafael.
- Temos que investigar isso.
No dia seguinte, eu e os outros quatro homens da casa subimos e revistamos o piso inteiro, até que vimos um monte de mosca na janela, que saíam e entravam na casa do vizinho.
- A casa do vizinho tem alguma coisa. As moscas vieram de lá. - disse Danilo - Vamos gritar e falar pra ele tomar um banho?!
- Danilo! Cala a boca! - pedi, rindo.
- Ô VIZINHO! SUA CASA TÁ FEDENDO! - gritou Matheus.
- MATHEUS! Assim ele vai tacar ovo na gente! É melhor a gente invadir a casa dele. - aconselhou Marcelo.
- Tá maluco? Como é que a gente vai invadir a casa de um desconhecido DO NADA?! - disse Gustavo.
- Cara, vamos gritar mesmo, aí a gente vê se ele se toca. - concluí.
Depois de tanto gritar, o vizinho não cedeu. Não deu nenhum sinal de vida.
- Esquece, o vizinho não deve estar aí. - falei.
- Ah não, Fernando, não vamos ficar com esse fedor não. O jeito é invadir a casa do vizinho mesmo! - disse Marcelo.
Quando descemos e encontramos as meninas, explicamos o que aconteceu e o que decidimos. No final das contas, todos se mijaram nas calças, se perguntando o que teria por trás daquele enorme muro corberto de plantas compridas. Resultado, só eu e Gustavo pulamos o muro. Depois de atravessar a enorme parede espinhenta, corremos até a porta principal, que, por sinal, estava trancada.
- Como é que vamos entrar? - me desesperei.
- Vamos ter que arrombar.
- TÁ MALUCO DE ARROMBAR A CASA DO VIZINHO?!
- Psiu, fale baixo, é a única maneira de entrar nessa casa. Não estou vendo nenhuma janela por perto! - cochichou Gustavo.
Com dois chutes - um de cada - ao mesmo tempo, com toda nossa força, partimos a porta ao meio. E só depois percebemos que já estava aberta.
Estava tudo muito escuro. Era como se eu estivesse de olhos fechados, só sentindo o cheiro de morfo, que depois se misturou com um cheiro horrível de vômito.
- GUSTAVO, VOCÊ VOMITOU?!
- Cof cof! Desculpa aí, esse cheiro...
Sem condições de ouvir, puxei-o e liguei minha lanterna, subindo as escadas e chegando ao quarto fedorento. Quando ligamos as luzes, não conseguia acreditar no que estava vendo: o tal vizinho estava morto fazia uns quatro dias. Sem restrições, pegamos o corpo do cadáver e voltamos para casa, mostrando para o resto e tentando solucionar o ocorrido.
- O.k., se a polícia pegar a gente, vão achar que matamos o vizinho! - disse Isadora - É melhor deixarmos o corpo na casa dele mesmo.
- Tive uma ideia melhor: que tal enterrarmos o corpo no quintal? - falou Marcelo.
Houve uma sincronia de "tisc's" na "reuniãozinha".
- É mais fácil tacarmos fogo. - se empolgou Danilo.
Dessa vez, os "tisc's" foram todos ao mesmo tempo.
- Faz o seguinte, a gente liga pro dono da casa que nós alugamos e contamos a história. - aconselhou Matheus, tendo, finalmente, uma ideia decente.
E foi o que fizemos. O dono, então, acreditou e ligou para a polícia. O delegado, então, reconheceu que o cadáver era de uma pessoa estava morta fazia uns cinco dias. Então, realmente, provamos que não matamos ninguém, o que poderia parecer para muita gente.
E depois dessa aventura, todos nós decidimos voltar para Salvador, tentando esquecer esse fato amedrontador. Afinal, ninguém aqui é Sherlock Holmes, né?
Obs.: Então, gente, é isso! Se não gostarem, tem problema não, fiquei tanto tempo sem escrever que perdi a prática, criatividade e vocabulário. Laís, se estiver lendo isso, não me mate, ainda estou viva, tá? Então, finalmente postei algum conto! Beijos e queijos! Boa leitura! : )
É impressionante imaginar cenas de história como esta que vou contar agora. Porém, é interessante.
Eu, meus amigos e algumas meninas - algumas, quero dizer, muitas - estávamos querendo alugar uma casa na ilha de Itaparica para passarmos uma semana de relaxamento, longe de problemas e confusões. Mas é incrível que, aonde quer que a gente esteja, o mistério sempre nos persegue. É, não há como fugir.
- Então, senhor, você me passou as fotos da sua casa de praia, tanto de dentro quanto de fora, gostei muito! - disse, satisfeito com as imagens de acômodos confortáveis e chiques.
- Que bom, tem uma suíte e mais quatro quartos, vão alugar?
- É claro, fechado.
E cinco quartos era o suficiente para 20 pessoas - seis homens e quatorze mulheres -, realmente. Tudo bem que ficava um pouco apertado, mas dava pra levar.
Chegando lá, nem acreditei no que vi. O dono tirou fotos só das melhores partes. O resto... Pra meus queridos leitores verem a situação, só tinha dois banheiros: um da suíte - que por sinal, não dava nem uma pessoa inteira - e um que ficava fora da casa. Tudo bem, nós relevamos.
X
Lá pro segundo dia, chegou uma menina se queixando, dizendo que o segundo andar estava fedendo.
- Ah, dá pra subir lá não! - reclamou, fazendo uma careta.
- Tisc, vamos lá, Rafael. - disse, chamando um dos caras.
Ao subir no segundo andar, sentimos um cheiro de morfo isuportável. mal conseguimos ficar um minuto lá já descemos, tossindo.
- Realmente, o cheiro tá terrível. - falou Rafael.
- Temos que investigar isso.
No dia seguinte, eu e os outros quatro homens da casa subimos e revistamos o piso inteiro, até que vimos um monte de mosca na janela, que saíam e entravam na casa do vizinho.
- A casa do vizinho tem alguma coisa. As moscas vieram de lá. - disse Danilo - Vamos gritar e falar pra ele tomar um banho?!
- Danilo! Cala a boca! - pedi, rindo.
- Ô VIZINHO! SUA CASA TÁ FEDENDO! - gritou Matheus.
- MATHEUS! Assim ele vai tacar ovo na gente! É melhor a gente invadir a casa dele. - aconselhou Marcelo.
- Tá maluco? Como é que a gente vai invadir a casa de um desconhecido DO NADA?! - disse Gustavo.
- Cara, vamos gritar mesmo, aí a gente vê se ele se toca. - concluí.
Depois de tanto gritar, o vizinho não cedeu. Não deu nenhum sinal de vida.
- Esquece, o vizinho não deve estar aí. - falei.
- Ah não, Fernando, não vamos ficar com esse fedor não. O jeito é invadir a casa do vizinho mesmo! - disse Marcelo.
Quando descemos e encontramos as meninas, explicamos o que aconteceu e o que decidimos. No final das contas, todos se mijaram nas calças, se perguntando o que teria por trás daquele enorme muro corberto de plantas compridas. Resultado, só eu e Gustavo pulamos o muro. Depois de atravessar a enorme parede espinhenta, corremos até a porta principal, que, por sinal, estava trancada.
- Como é que vamos entrar? - me desesperei.
- Vamos ter que arrombar.
- TÁ MALUCO DE ARROMBAR A CASA DO VIZINHO?!
- Psiu, fale baixo, é a única maneira de entrar nessa casa. Não estou vendo nenhuma janela por perto! - cochichou Gustavo.
Com dois chutes - um de cada - ao mesmo tempo, com toda nossa força, partimos a porta ao meio. E só depois percebemos que já estava aberta.
Estava tudo muito escuro. Era como se eu estivesse de olhos fechados, só sentindo o cheiro de morfo, que depois se misturou com um cheiro horrível de vômito.
- GUSTAVO, VOCÊ VOMITOU?!
- Cof cof! Desculpa aí, esse cheiro...
Sem condições de ouvir, puxei-o e liguei minha lanterna, subindo as escadas e chegando ao quarto fedorento. Quando ligamos as luzes, não conseguia acreditar no que estava vendo: o tal vizinho estava morto fazia uns quatro dias. Sem restrições, pegamos o corpo do cadáver e voltamos para casa, mostrando para o resto e tentando solucionar o ocorrido.
- O.k., se a polícia pegar a gente, vão achar que matamos o vizinho! - disse Isadora - É melhor deixarmos o corpo na casa dele mesmo.
- Tive uma ideia melhor: que tal enterrarmos o corpo no quintal? - falou Marcelo.
Houve uma sincronia de "tisc's" na "reuniãozinha".
- É mais fácil tacarmos fogo. - se empolgou Danilo.
Dessa vez, os "tisc's" foram todos ao mesmo tempo.
- Faz o seguinte, a gente liga pro dono da casa que nós alugamos e contamos a história. - aconselhou Matheus, tendo, finalmente, uma ideia decente.
E foi o que fizemos. O dono, então, acreditou e ligou para a polícia. O delegado, então, reconheceu que o cadáver era de uma pessoa estava morta fazia uns cinco dias. Então, realmente, provamos que não matamos ninguém, o que poderia parecer para muita gente.
E depois dessa aventura, todos nós decidimos voltar para Salvador, tentando esquecer esse fato amedrontador. Afinal, ninguém aqui é Sherlock Holmes, né?
Obs.: Então, gente, é isso! Se não gostarem, tem problema não, fiquei tanto tempo sem escrever que perdi a prática, criatividade e vocabulário. Laís, se estiver lendo isso, não me mate, ainda estou viva, tá? Então, finalmente postei algum conto! Beijos e queijos! Boa leitura! : )
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